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Artigos | Arnaldo Patrício

Baixar a insulina é a chave para o emagrecimento

12/08/2022 - 23:07 | Atualizado em 12/08/2022 - 23:52

 

A obesidade atualmente é considerada uma epidemia mundial devido à relação direta com a inflamação sistêmica, doenças cardiovasculares e metabólicas, sendo também o principal fator de risco para desenvolvimento de resistência à insulina e diabetes tipo 2. Em 2021, quase seis em cada dez brasileiros (57,25%) estavam com sobrepeso, enquanto o índice de obesidade ficou em 22,35% no Brasil. Os dados estão na pesquisa “Vigitel 2021”, realizada pelo Ministério da Saúde, que mapeia informações de saúde.

Quando comparadas as capitais com maiores índices de sobrepeso, Cuiabá aparece em 15º lugar, próximo da média nacional, com 57,03%. Estudos apontam que a obesidade aliada ao consumo elevado de gorduras, ativam proteínas inflamatórias capazes de alterar etapas na sinalização da insulina levando a um estado hiperglicêmico, no qual o exercício físico auxilia produzindo efeitos anti-inflamatórios, suprimindo a atividade destas vias e aumentando a expressão de proteínas chave na captação de glicose.

Portanto, melhorar a resistência a essa substância e reduzir os níveis no sangue hoje é sabidamente o que leva ao emagrecimento. Investir no estilo de vida saudável é a chave para prevenir e tratar resistência à insulina, através da manutenção “saudável” ou eliminando peso, melhora da composição corporal, adequação da dieta e prática de pelo menos 150 minutos de exercício físico semanalmente, ou seja, 30 minutinhos diários.

As causas da resistência a essa substância podem ser genéticas, patológicas (ovário policístico, doenças autoimunes, uso de corticoides) ou ainda ligadas ao estilo de vida. O fator exige maior atenção na puberdade, gestação e envelhecimento. E o excesso de peso, o acúmulo de gordura no abdômen (gordura visceral), a má qualidade alimentar e o sedentarismo podem contribuir para o aparecimento da resistência.

No Brasil 75% da população com diabetes tipo 2 não está no peso ideal sendo 42,1% com sobrepeso e 32,9% com obesidade. A insulina é um importante hormônio produzido pelo pâncreas. Sua função é metabolizar a glicose, levando-a para o interior das células, a fim de fornecer energia para o funcionamento do organismo nos seus diversos processos. Esse hormônio impacta muito o processo de emagrecimento, quando presente em níveis altos no sangue. Dos três macronutrientes – carboidratos, proteínas e gordura – os carboidratos são os que mais aumentam os níveis de açúcar no sangue.

Pessoas com condições de saúde caracterizadas pela resistência à insulina, como síndrome metabólica e síndrome do ovário policístico (SOP), podem sofrer uma diminuição eficaz dela com a restrição de carboidratos na alimentação. É essencial evitar o açúcar refinado para baixar seus níveis. A frutose, encontrada em açúcar, mel, xarope de milho de alta frutose e xarope de agave, também precisam ser evitados. Frutas com alto teor de frutose podem ser substituídas por frutas baixas em frutose. O açúcar promove a resistência à insulina, e os níveis desse hormônio no sangue. Ou seja, não adianta substituir o açúcar por mel.

O exercício aeróbio é especialmente eficaz no aumento da sensibilidade à insulina em pessoas obesas ou com diabetes tipo 2. Há também pesquisas mostrando que o treinamento de resistência pode ajudar a diminuir esses níveis em adultos, sendo o ideal para sedentários e em pacientes acima dos 35 anos.

Arnaldo Patrício

Arnaldo Patrício
Arnaldo Sérgio Patrício é médico especialista em Medicina Interna e Radiologia do Hospital São Judas Tadeu.
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