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05/04/2022 - 14:01 | Atualizada: 05/04/2022 - 14:03

Reduzindo os impactos do autismo na audição

O autismo é um transtorno neurológico na criança que causa alterações na comunicação, dificuldade ou ausência de interação social e mudanças no comportamento, sendo geralmente identificado entre os 12 e 24 meses.

O tema deste artigo, que ressalta a questão da audição, vem ao encontro da proposta do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, lembrado todo dia 02 de abril, que é de conscientizar a população sobre este transtorno que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

As causas não são totalmente conhecidas, mas há estudos atuais que sugerem que os fatores genéticos (doenças como Síndrome de Down, Síndrome do X Frágil e esclerose tuberosa), hereditários (onde na família já há pessoas com Autismo) e ambientais como gravidez de alto risco, pais com idades avançadas, consumo de bebida alcoólicas, tabaco, medicamentos ou outras drogas durante a gestação ou o baixo peso ao nascer podem favorecer o aparecimento do autismo.

São comportamentos comumente encontrados no autista: pouco contato visual, fica desconfortável em meio a outras pessoas, possui comportamentos repetitivos, como ficar balançando o corpo para frente e para trás, fica andando em círculo, fixação por muito tempo em detalhes de um brinquedo, como por exemplo, o vidro do seu carrinho ou números. Há o prejuízo na comunicação, como ter dificuldade em iniciar e manter uma conversa, dificuldade em compreender o ponto de vista de outra pessoa, e costuma repetir várias vezes palavras ou frases, há a dificuldade em compreender figuras de linguagem (humor ou sarcástica) ,voz monótona , não responde quando é solicitado ou demora para responder quando é chamado. Fica aborrecido com pequenas mudanças nos hábitos, não sabe brincar de faz de conta.

Pessoas diagnosticadas com autismo têm dificuldade para dormir e podem frequentemente apresentar nervosismo e agitação.

O diagnóstico do autismo é feito por um neurologista. Seu tratamento envolve uma equipe disciplinar formada pelo neurologista, psiquiatra, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional. Esse diagnóstico é feito através da observação da criança, de informação sobre a idade dos pais, gestação e parto e realização de alguns testes de diagnósticos, como exame de sangue e exames de audição.

Em adultos, o diagnóstico pode ser um pouco mais difícil, pois os sintomas do autismo podem ser similares a outros transtornos, como ansiedade e déficit de atenção, por isso ao perceber sinais semelhantes como dificuldade em interação social ou comunicação, movimentos repetitivos, uma consulta com um neuropsicólogo ou psiquiatra deve ser realizada para uma avaliação mais precisa.

O autismo pode ser confundido também com timidez, “esquisitice” ou falta de atenção. Assim, em caso de dúvida uma consulta com o médico deve ser realizada para que o tratamento seja o mais adequado.

A perda auditiva não é comum no autista, a não ser em casos que há a perda auditiva associada ao transtorno. Porém, como a audição é fundamental para que haja a comunicação, muitas vezes a perda auditiva é questionada. Daí a necessidade imensa de testes auditivos para verificar a audição do autista.

A intervenção terapêutica deve ser realizada somente com acompanhamento médico e varia de acordo com as necessidades individuais podendo incluir uso de medicamentos e suplementos, terapia fonoaudiológica para melhorar a fala e a comunicação, terapia comportamental para facilitar as atividades diárias e terapia em grupo para melhorar a socialização. Uma dieta balanceada com o nutricionista pode ajudar a melhorar o sono, a irritabilidade e também o apetite.

O fonoaudiólogo atua com o autista com o objetivo de reduzir os impactos deste transtorno na audição e fala, além de favorecer a independência cognitiva e funcional do autista, promovendo assim a facilidade na sua interação social. O propósito é auxiliar a pessoa a se comunicar de maneiras mais úteis e funcionais. Assim, quanto mais cedo a reabilitação for iniciada, melhores serão as respostas do autista aos estímulos apresentados. Intervenção precoce é prioridade e fundamental.

O autismo não é uma doença, mas sim uma forma diferente de se expressar, não tem cura e não se agrava com o tempo. Assim, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores serão a qualidade de vida e autonomia dessa pessoa.

 
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