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MEIO AMBIENTE

Comissão da ALMT discute projeto de lei para tirar MT da Amazônia Legal

A proposta é do deputado federal Juarez Costa que faltou ao debate

Robson Fraga

23/05/2022 - 15:29 | Atualizada em 23/05/2022 - 22:58

Deputados da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso arguiram nesta segunda-feira (23), o relator do Projeto de Lei 337/2022, deputado federal Neri Geller (PP).

A proposta de autoria do deputado federal Juarez Costa (MDB), prevê retirar o Mato Grosso da Amazônia Legal, região composta também pelos estados de Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

O autor da proposta não atendeu ao convite da Assembleia Legislativa e foi criticado pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD), membro da comissão e propositor do convite.

“Cabe ao deputado Juarez um exame de sanidade mental. Só ele não quer defender a Amazônia. É um maluco! Ele foi convidado para estar aqui hoje, mas não veio!”

Wilson pediu ao relator do PL que tenha cuidado na redação para evitar o risco de "ficar mundialmente conhecido como um 'inimigo da Amazônia."

“Aproveito para pedir, Neri, que o senhor tenha cuidado no seu parecer e que não seja taxado como inimigo da Amazônia. O senhor está mexendo com o maior patrimônio imaterial desta nação", disse.

Wilson lembrou que o colega federal foi relator da "PL do Veneno".

"Muito cuidado com o seu parecer, não ceda às pressões para ampliar o desmatamento na Amazônia. O senhor já ficou conhecido como o relator da PL do Veneno”, alertou o socialdemocrata.

Neri Geller defendeu sua atuação como relator do PL 6299/2002, que ficou conhecido como o PL do Veneno. Disse que quando pegou a relatoria o projeto era criticado por ambientalistas e por parte dos deputados. Contudo, após estudos, a proposta passou a ser conhecida como PL do Alimento Seguro.

Geller evitou críticas a Juarez Costa e disse que conhece suas boas intenções.

"A Assembleia Legislativa pode trazer um técnico para discutir o tema. Estou pronto para ouvir e discutir. Se algo estiver errado e vou recuar. Dê graças a Deus que essa pauta veio para uma pessoa que tem coragem”, finalizou.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Carlos Avallone (PSDB), disse que a proposta em tramitação na Câmara dos Deputados vai ser debatida pela Assembleia Legislativa de forma transparente e com a presença de todos os segmentos envolvidos com a questão ambiental.

“Precisamos discutir o que está por trás. A comissão vai fazer outra reunião para discutir esse assunto. A proposta precisa de alguns pontos que precisam ser discutidos com maior profundidade. Essa é uma discussão que atinge todo Mato Grosso, por isso a comissão não vai se omitir em discuti-lo”, disse Avallone.

Já o vice-presidente da Comissão deputado Alan Kardec (PSB), pediu para que o projeto seja votado com mais profundidade em 2023. Segundo ele, "como estamos em ano eleitoral não há espaço para o amplo debate."

“A gente espera ter mais elementos para conseguir retirar esse projeto de pauta. Em Mato Grosso, é o zoneamento socioeconômico ecológico. É preciso manter a floresta em pé, mas o produtor só vai mantê-la se ganhar por isso”, disse Kardec.
 
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