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AGORA É LEI

Lei de Allan Kardec declara religiões de matriz africana patrimônio cultural de MT

Destaque para a importância da cultura e religiosidade afro-brasileira

Jonas da Silva | Assessoria

09/08/2022 - 16:46 | Atualizada em 09/08/2022 - 19:55

As religiões de matriz africana agora são Patrimônio Cultural Imaterial de Mato Grosso. A declaração e o reconhecimento estão na Lei 11.845, de autoria do Professor Allan Kardec (PSB-MT), sancionada pelo governador Mauro Mendes (União Brasil) com essa finalidade.

O deputado ressalta que Mato Grosso e o Brasil têm na matriz africana a genética, as manifestações de fé, a cultura e os costumes. 

"Entendo que essa é uma ação histórica para Mato Grosso e para todas as religiões de matriz africana. Como homem da educação, da preservação da história dos povos tradicionais e originários, da cultura e agente público eu tenho obrigação moral, pela minha origem, de promover e reconhecer isso tudo como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. Foi o que fizemos ao ouvir as demandas dos líderes afrobrasileiros".

Ele informa que a construção social do Brasil e de Mato Grosso está assentada nos personagens, no conhecimento passado de gerações a gerações, na história e na luta de lideranças oriundas da "Mãe África", berço natural de parte da humanidade ocidental.

Relevância histórica

O coordenador de juventude da Rede Nacional de Religiões Afrobrasileira e Saúde-MT, Vinícius Brasilino, enfatiza o impacto da nova lei e classifica a abrangência da lei historicamente.

"Essa legislação tem a mesma relevância histórica que a emenda feita pelo escritor e deputado Jorge Amado na Constituinte de 1946 que autorizou a liberdade do culto religioso no Brasil. Para o Estado de Mato Grosso, o dia 25 de julho é o marco histórico para a luta pela liberdade e pela garantia do culto, da cultura, da religiosidade de matriz africana no Estado de Mato Grosso", compara.

Ele ainda destaca a Lei 11.845 como um dispositivo legal do Estado de Mato Grosso que reconhece a importância da cultura e religiosidade afrobrasileira para formação do povo mato-grossense. 

"O reconhecimento como Patrimônio Cultural e Imaterial pelo Estado às religiões de matriz africana e afrobrasileira traz para esse momento uma importância histórica de quanto este reconhecimento pode avançar no processo de promoção da igualdade racial no Estado de Mato Grosso", afirma Vinícius Brasilino. 

O coordenador pondera que o próximo passo é avançar na prática na valorização da cultura afrobrasileira.

"Com isso, o Estado de Mato Grosso vai ter condições de promover políticas públicas afirmativas para garantir que esse Patrimônio Cultural e Imaterial seja preservado. E a partir daí nós podemos avançar na consolidação de Mato Grosso como um Estado que de fato respeita e reconhece as religiões de matriz africana".

Compreende-se tal reconhecimento das religiões de matriz africana as denominações de fé e religiosidade e todas suas manifestações, instituições, costumes, símbolos, vestimentas, objetos culturais, gastronomia, cânticos, entre outras características.

Esse sistema religioso, o candomblé, compõe-se de práticas vinculadas a nações africanas, dentre elas: Ketu, Angola, Jeje Mahin, Fon, Tambor de Mina, Batuque, Xangô e outras tradições religiosas brasileiras de Matriz Africana como a Quimbanda, a Jurema, o Catimbó, a Umbanda, dentre outras.
 
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