Mais tradicional e maior campeão do Carnaval cuiabano, o Bloco Carnavalesco Boca Suja vai para o desfile deste ano cantando lendas, mistérios e pedindo a preservação da Amazônia. Considerado o "pulmão verde" do planeta, a Amazônia será homenageada em Cuiabá em meio ao preto e branco do bloco, fundado em 1995 por torcedores da principal torcida organizada do Mixto Esporte Clube. 

Presidente do bloco, Gabriel Moraes explicou como os dirigentes e carnavalescos fizeram todas essas questões ligadas à Amazônia virarem samba. "É um tema atual e de muita discussão que transformamos em samba. A Amazônia é um orgulho para o Brasil, mas motivo de preocupação para todo planeta. E temos um grande pedaço desse ecossistema em Mato Grosso", explicou. 

A letra do samba traz as lendas de "tupã e uirapuru". Faz grandes referências às tribos indígenas que habitam o local e hoje se veem ameaçadas por exploradores de riquezas do local, como madeireiros e garimpeiros. 

Mas canta também as belezas da área, que pode ser melhor explorada como um polo turístico do Brasil.

"A letra fala da vitória-régia, da fauna, da flora e do Festival de Parintins, com o duelo dos bois Garantido e Caprichoso. É um samba de alerta e contemplação", disse o presidente do bloco.

Gabriel Moraes contou que grande objetivo em trazer a Amazônia para o Carnaval cuiabano está na parte final do samba enredo.

"É preservar esse pedaço lindo do Brasil, para que as futuras gerações desfrutem do que vemos hoje. Que nossos netos possam ir a Amazônia e não conhecê-la por fotos", falou.

Os ensaios do Blobo Boca Suja são realizados aos domingos no Bar do Davi, na Avenida Professora Alice Freire Silva, CPA II, em Cuiabá, a partir das 18h. 

Boca Suja

O Bloco Boca Suja reúne duas paixões dos brasileiros: futebol e samba. Ele foi fundado por membros da principal torcida organizada do Mixto Esporte Clube, o mais tradicional time de futebol do Estado.

Desde a fundação, o bloco desfilou em todos os carnavais da Capital, ausente apenas no ano de 2021, por conta da pandemia da Covid-19. Entre os blocos em atividade, é o maior campeão, com seis títulos.

O Boca Suja deve levar à passarela do samba mais de 500 componentes.