"Todos nós colhemos aquilo que plantamos". Assim, o governador Mauro Mendes (União Brasil) definiu o segundo afastamento judicial do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, determinado nesta segunda-feira (4), pelo desembargador Luiz Ferreira Lima da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

O prefeito ficará fora do cargo por seis meses suspeito de liderar esquema criminoso na Saúde da capital. A denúncia foi feita pelo Ministério Público.

"Eu não sei detalhes. Mas eu volto a dizer – todos nós colhemos aquilo que plantamos, se ele está sofrendo alguns desdobramentos de ações, ou de omissões que aconteceram. A vida é assim: tarda, mas as Justiça não falha", disse Mauro Mendes.

Em nota, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso explicou a decisão.

"O Poder Judiciário de Mato Grosso afastou o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro sob a acusação de Organização Criminosa. A decisão monocrática foi do desembargador Luiz Ferreira da Silva. Como toda cautelar pode sofrer mudanças para flexibilização ou até revogação", diz trecho do documento.

O prefeito pode ingressar com Agravo Interno na Turma de Câmaras Criminais Reunidas do TJMT. Ele tem prazo de 15 dias para interpor recurso após ser intimado. O processo tramita em segredo de Justiça. 

A denúncia

O Ministério Público aponta Emanuel como o chefe de organização criminosa que teria desviado recursos da Saúde de Cuiabá. Esquema que teria contado com a participação do assessor executivo da Secretaria Municipal de Governo de Cuiabá, Gilmar de Souza Cardoso, do ex-secretário de saúde, Célio Rodrigues, e de seu ex-secretário adjunto Milton Corrêa Costa.

A promotoria apresentou um organograma mostrando a hierarquia da organização criminosa. Emanuel é quem dava as ordens para Gilmar articular as operações criminosas. Célio e Milton se incumbiam das articulações empresariais.