27/08/2024 - 09:24 | Atualizada em 27/08/2024 - 09:42
Foto: Anne Mathilde
Os cuiabanos estão enfrentando dias de muito calor, períodos de frio inexplicáveis, incêndios em terrenos baldios e em áreas de preservação, muita fumaça e baixa umidade. É a natureza pedindo socorro e mostrando as consequências da atuação humana. O planeta vive um colapso climático e, em cada ponto, ele se manifesta de uma forma.
Refletir sobre as causas do colapso climático é o convite do videoarte Terra-Corpo, idealizado pela atriz e diretora Katiuska Luzz, que será, a partir de setembro, exibido em quatro escolas públicas de Cuiabá, para estudantes do Ensino Fundamental - com idades entre 9 e 11 anos - e os respectivos professores. Em cada escola, participarão da proposta três turmas, chegando a cerca de 380 envolvidos.
O projeto foi aprovado no edital Fornada, da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Cuiabá (SMCEL), com recursos da Lei Paulo Gustavo. A realização é da SMCEL, do Conselho Municipal de Cultura de Cuiabá e do Ministério da Cultura, com apoio do Centro Cultural Casa Cuiabana.
O momento de arte educação se dá por meio de uma produção artística audiovisual, que relaciona o modo de vida dos seres humanos e a situação de emergência climática do planeta, sensibilizando os estudantes para a necessidade do cuidado ambiental, com práticas teatrais antes e depois da exibição do filme. A programação será iniciada com jogos performativos e uma breve introdução à temática. Na sequência, ocorrerá a projeção do videoarte, seguido de debate final sobre as impressões sobre a obra audiovisual. A equipe encerrará o encontro com um momento de meditação.
O projeto nasceu das inquietações de Katiuska em seu doutorado em Estudos de Cultura Contemporânea, na Universidade Federal de Mato Grosso, a partir da relação de uma sociedade que só busca produtividade e consumismo, sem responsabilidade com a natureza, pautada em uma relação colonial de exploração. Ela convida para os questionamentos: “Quais as relações entre o colapso climático e o cansaço? O colapso climático e o consumismo? A exigência de alta produtividade e a ansiedade, estresse, falta de respiração, infartos?”
Com essa perspectiva, o videoarte de pouco mais de 4 minutos conduz para a compreensão de que não há separação entre a Terra e o Corpo e, além de elementos cênicos de referência ao uno Terra-Corpo e de cenas como de matas devastadas pelo fogo e cidades inundadas, a narração é de uma poesia da imortal das Letras e presidenta da Academia Mato-Grossense de Letras, Luciene Carvalho, texto especialmente escrito para o projeto.
“Sou o avesso da fotossíntese / Atravesso cego, guiado por meu ego / Vendo futuros que destruo”, diz o início da narração.
O videoarte já foi filmado e editado e está em etapa de pós-produção. Em setembro, será exibido nas escolas públicas parceiras.
Katiuska Luzz, além de idealizadora, atua no videarte. O texto é de Luciene Carvalho e Anne Mathilde faz a produção e a fotografia do projeto (desde os bastidores até a exibição nas escolas). Leonardo Djan é o filmmaker e sonoplasta; Luara Conrado, a tradutora de Libras, Maurício Motta é o designer gráfico, Priscila Mendes é assessora de imprensa e o figurino é assinado por Jane Klitzke.
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