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19/04/2022 - 09:40 | Atualizada: 19/04/2022 - 10:05

Alta no custo dos insumos terá reflexo no preço da ração para animais nos próximos meses

Proprietários de animais de estimação devem se preparar para alta do preço das 'rações' estimado para o início do segundo semestre. Com o aumento dos preços das principais matérias-primas utilizadas na fabricação destes alimentos, entre elas soja, milho e trigo, o preço deve ser reajustado nos próximos meses, aponta o Instituto Pet Brasil (IPB).

"A gente faz o possível para reduzir custos, mas tudo está aumentando, desde a embalagem até a matéria-prima. As empresas não têm o que fazer, a não ser subir os valores aos poucos", disse Nelo Marraccini, presidente do conselho consultivo do IPB, entidade ligada ao setor varejista.

O segmento lida com altos custos de insumos desde 2021. Este ano, os preços arrefeceram por conta da queda no número de casos da Covid-19, mas ainda continuam altos.

Os principais insumos utilizados para produção de ração animal são as proteínas de carne, peixe e frango, milho, trigo, soja, arroz e óleo. Já a quantidade utilizada varia de acordo com a qualidade do produto e o tipo de alimentação.

"Com o aumento de preços, o brasileiro que compra ração super premium tenta manter a qualidade por um tempo, mas quando não consegue, troca por uma ração mais barata. Quem tem um ou dois animais de estimação em casa, lida melhor com a inflação, o problema é quem tem mais, como ONGs", exemplificou.

Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (8) , apontam que a categoria "alimento para pets" avançou 0,42% em março. No acumulado em 12 meses, a variação foi de 22,90% — quase o dobro do índice geral de "alimentação e bebidas" para seres humanos, que avançou 11,62% no período.

Efeitos da guerra

A preocupação do setor também está em torno da guerra na Europa, uma vez que a Ucrânia é o 3° maior produtor mundial de milho e a Rússia é uma importante exportadora de fertilizantes para o Brasil, afirmou José Edson Galvão de França, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

"Em 2021, tivemos um aumento médio de 70% nos insumos e o setor repassou 27,3% da alta aos clientes. Apesar dos manejos, crescemos 32% em 2021. Para este ano, a previsão é 15% de expansão", calculou França.

Para Ariovaldo Zani, presidente da Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal, o aumento de preços das matéria-primas para produção de ração também sofre impacto da crise energética da China e da Índia. E além dos pets, a alta impacta a alimentação de bovinos, suínos e aves.

 
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